Goiás, 26 de setembro de 2025

Gestão de Riscos e identificação de fraudes marcaram os debates do XXI Enci na manhã de quinta-feira

‘O Papel do Controle na Detecção de Fraudes e Irregularidades’ foi o tema de abertura do segundo dia do XXI Encontro Nacional de Controle Interno, que continua na quinta-feira (25/9), no K Hotel, em Goiânia. A palestra foi ministrada pelo atual presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, que assumiu o cargo em abril deste ano, depois do afastamento de Alessandro Stefanutto.

Stefanutto foi demitido do cargo após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizarem uma operação conjunta contra fraudes no INSS. O tema foi abordado pelo palestrante como um exemplo claro do tema.

“Grandes mudanças passam por grandes ‘chacoalhões’. A gente só tem uma mudança radical em momentos de crise”, decretou Gilberto, que ao longo da palestra ressaltou a participação do cidadão na detecção de fraudes no serviço público. “A participação e a credibilidade do cidadão, pensando que na verdade aquele recurso é de todos nós, são essenciais. Precisamos que ele acredite nos órgãos de persecução e que a denúncia um dia vem à tona”, asseverou.

“Passamos um pente fino, mudamos a forma de acesso ao consignado, em uma semana bloqueamos tudo para fazer a biometria e as reclamações caíram 80% em relação às fraudes”, reforçou.

Neste cenário, Gilberto atesta que muitos idosos recebiam em torno de R$ 300,00 para sobreviver, por conta dos descontos irregulares. “Ou seja, alguém que denunciou desconto associativo acabou ajudando milhares de pessoas. Então é importante, para mudar a sociedade, a gente não se acomodar”, encerrou o presidente.

Papel das Ouvidorias na Governança

O segundo painel, ‘Ouvidorias e Gestão de Riscos como Instrumento de Governança’, foi apresentado pela gerente de Auditoria em Gestão de Riscos da CGE Goiás, Alline Agapito, com participação do consultor e formador nos temas LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), Ética, Compliance, Ouvidoria e Gestão Pública, Yohhan de Souza. “Inovar só faz sentido e só tem qualidade se tiver controle associado”, iniciou Alline.

De forma lúdica, a gerente demonstrou como o processo de Gestão de Riscos na Rede de Ouvidorias deve ser participativo e reforçou o papel da capacitação no engajamento da sociedade e dos gestores. “Em Goiás temos uma rede de capacitação imensa e implantamos ainda o Programa de Compliance Municipal (o PCM), porque entendemos que o Estado pode capitanear esse movimento, já que às vezes, até por falta de conhecimento, os municípios não têm essa iniciativa internamente”.

O painelista Yohhan completou, afirmando que a Ouvidoria precisa estar sempre um passo à frente e preparada. “Minha maior luta é que os ouvidores precisam aprender, se especializar cada vez mais, trazendo um real papel estratégico dentro da governança”, afirmou o consultor.

Os debates da manhã foram encerrados pela vice-presidente de Controle Interno e Governança do Conaci, Erika Lacet, e pelo auditor fiscal da Secretaria de Estado de Finanças do Estado de Rondônia SEFIN-RO, Francisco Netto. Eles falaram sobre ‘Governança e Controle: Alicerces para um Brasil mais Justo’.

“Muitas vezes, nossos controles são demasiadamente excessivos, caros, em que o que protegemos não é o que a sociedade precisa. Nosso país é desigual, sem oportunidades para muitos, de pessoas que dependem do serviço público, da merenda, do básico que o poder público faz. Então não adianta um sistema de controle que passa 4 anos dando pareceres e apagando incêndios, sem nos posicionarmos como responsáveis por agregar valor à gestão. Precisamos da participação dos contribuintes, para mais empatia a e familiaridade na atuação da auditoria. Só assim o poder público chegará de fato a quem tanto precisa e teremos uma cultura adequada”, afirmou Francisco Netto.

“O Controle Interno tem um papel crucial nessa entrega de uma governança mais efetiva. A principal chave é mudar do controle punitivo para um que agregue valor e seja preventivo, além de parceiro da gestão pública. E o Conaci tem apoiado muito isso pelo IA-CM. Vemos hoje um nível de maturidade maior entre as controladorias, elas estão mais uniformes em todo o país e isso se deve muito à implantação do IA-CM. A outra questão é cultural. Precisamos estabelecer a cultura de nos capacitar. Sobre ética e sobre todos estes temas tragos aqui pelo Conaci”, complementou Erika Lacet.

Confira as apresentações abaixo:

Apresentação Gestão de Riscos – Alline Agapito

Apresentação Ouvidorias – Yohhan de Souza

Apresentação Francisco Netto

Apresentação Erika Lacet

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