Conaci leva experiência brasileira de auditoria e controle interno a Moçambique
Missão internacional visa contribuir com o controle interno moçambicano e apresentar boas práticas do Conselho

O Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci) participa, nesta semana, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto de 2025, de missão internacional em Moçambique, a convite do governo moçambicano. O objetivo é apresentar experiências internacionais e boas práticas de controle interno, com enfoque no modelo do Conaci, e promover debates estratégicos para reforço das capacidades institucionais em Moçambique.
O evento faz parte do Projeto de Gestão de Recursos Públicos para a Prestação de Serviços (GEPRES), coordenado pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) e pelo Gabinete de Coordenação de Reformas Econômicas (GCRE), com financiamento do Banco Mundial.
A delegação brasileira será composta por três especialistas de destaque do Conaci:
- Luis Augusto Peixoto Rocha, Auditor-Geral do Estado da Bahia e Vice-Presidente de Relações Institucionais do Conaci.
- Rodolfo Emanuel Lima Serrano, Gerente Executivo de Auditoria da Controladoria-Geral do Estado da Paraíba e coordenador da Câmara Técnica de Auditoria Interna e IA-CM do Conaci.
- Antônio Fábio Jubé Ribeiro, Auditor-Chefe Interno de Harmonização e Gestão Estratégica da Controladoria-Geral do Estado de Goiás e membro titular da Câmara Técnica de Auditoria Interna e IA-CM do Conaci.
Pauta fundamental para o Controle
Na segunda-feira, 28, aconteceu uma reunião de alto nível reunindo cerca de 50 representantes de instituições-chave do governo moçambicano, do Banco Mundial e do Projeto GEPRES. A mesa de abertura contou com a presença da Secretária Permanente do Ministério das Finanças, do Diretor do Gabinete das Reformas Econômicas, do Inspector-Geral da IGF e do Vice-Presidente do Conaci, além de representantes do Tribunal Administrativo, diretores nacionais, chefes de departamentos e profissionais de auditoria interna.
Ao longo da reunião, os participantes moçambicanos puderam conhecer em profundidade o modelo brasileiro de controle interno, com destaque para o papel articulador do Conaci junto às 68 controladorias do país. Foram apresentados casos concretos de boas práticas em áreas como transparência pública, direito de acesso à informação, atuação das ouvidorias, controle social e mecanismos de integridade e compliance. A experiência brasileira despertou grande interesse, sobretudo pela forma como articula normas legais, engajamento da sociedade e o uso de tecnologia para qualificar a auditoria interna. Os participantes destacaram a relevância de evoluir de uma auditoria meramente conformativa para uma abordagem que avalie a efetividade das políticas públicas. A reunião permitiu não apenas a troca de experiências, mas também uma reflexão estratégica sobre caminhos viáveis para o fortalecimento da governança e da cultura de integridade em Moçambique.
Seminário Nacional sobre Auditoria e Controle Interno
Entre os dias 29 de julho a 1º de agosto, a delegação brasileira atuará como formadores no Seminário Nacional sobre Auditoria e Controle Interno, voltado ao fortalecimento técnico e institucional das unidades de auditoria interna dos órgãos públicos moçambicanos. O foco será a auditoria baseada em riscos, conforme as normas do The Institute of Internal Auditors (IIA), com destaque para sete temas como:
1. Propósito da Auditoria Interna;
2. Visão Geral da Auditoria Interna Baseada em Riscos;
3. Plano de Auditoria Baseado em Riscos;
4. Planejamento de Trabalhos Individuais de Auditoria Baseada em Riscos;
5. Execução da Auditoria;
6. Comunicação dos Resultados;
7. Monitoramento das Recomendações.
A ação é mais um passo importante na consolidação da atuação internacional do Conaci e no fortalecimento da cooperação entre países de língua portuguesa no campo do controle interno. A participação se dá no âmbito do Acordo de Cooperação Acadêmica e Técnica entre a IGF e o Conselho, sendo todos os custos da missão financiados pelo Projeto GEPRES.
“Essa missão reforça nosso compromisso com o fortalecimento das instituições de controle e a cooperação internacional entre países irmãos. O intercâmbio de experiências é fundamental para construirmos sistemas mais eficazes, modernos e transparentes na gestão dos recursos públicos”, ressaltou o vice-presidente do Conaci.