Banco Mundial, 10 de dezembro de 2025
Conaci apresenta os desafios, avanços e resultados da Auditoria Interna no Brasil em evento internacional
Webinar do Banco Mundial destaca trajetória de reformas, parcerias e transformação cultural que impulsionam os controles internos e a auditoria no país
Em um evento promovido na manhã desta quarta-feira (10), o Conselho Nacional de Controle Interno e o Banco Mundial discutiram “O Caminho do Brasil para Controles Internos mais Fortes: uma Jornada de Reformas e Resiliência”. O encontro analisou a evolução do país em governança, auditoria e controle interno. Representando o Conselho estavam o presidente, Edmar Camata, o vice-presidente de Relações Institucionais, Luís Augusto Rocha, e o coordenador da Câmara Técnica de IA-CM, Rodolfo Serrano.
A abertura ficou a cargo de Oscar Calvo-Gonzales, diretor-regional de Prática para Prosperidade, no LCR, que destacou a relevância das parcerias institucionais nesta trajetória. “O Banco Mundial tem a alegria de contar com o Conaci há mais de 10 anos. Construímos juntos avanços concretos para melhorar serviços públicos e fortalecer instituições”, ressaltou.
Em seguida, Jorge A. Coarasa, gerente de Operações para o Brasil, no Banco Mundial, reforçou a conexão entre controle interno, auditoria e a qualidade de políticas públicas. “Auditoria e controle não são apenas responsabilidades dos especialistas, são ativos de toda a sociedade. Dormimos melhor sabendo que existem profissionais comprometidos, porque eles reduzem riscos, apoiam gestores e entregam melhores serviços à população.” Coarasa ainda destacou as conquistas do Brasil ao alcançar níveis 2 e 3 de maturidade em auditoria interna e apontou que o evento marca uma etapa de reconhecimento e consolidação desses avanços.

Auditoria interna como agente de transformação
Ao apresentar os desafios e aprendizados brasileiros, o presidente do Conaci, Edmar Moreira Camata, destacou a complexidade do país. “Somos mais de 5.000 municípios, todos independentes, e cada um com realidades distintas de controle interno. Os diagnósticos são fundamentais para saber onde estamos e como avançar.”
Camata lembrou que o modelo IA-CM possibilitou uma mudança de paradigma. “Saímos de um controle punitivo e fiscalizador para um controle preventivo, que gera valor e resultados ao cidadão”.
O papel das parcerias e o compartilhamento internacional de conhecimento
O vice-presidente, Luís Augusto Rocha, ressaltou o impacto decisivo da cooperação técnica. “O apoio do Banco Mundial foi imprescindível. Recebemos conhecimento e agora compartilhamos, inclusive com países como Moçambique. Esta troca consolida o Brasil no cenário internacional de auditoria interna”.
Ao responder a uma pergunta sobre como evoluir na maturidade da auditoria interna, Rocha reforçou:
“É preciso mudar a cultura das equipes e convencer a alta gestão. Auditoria não é litígio, é prevenção e estratégia.”

IA-CM: padronização e institucionalização
Durante sua apresentação, Rodolfo Serrano, detalhou o papel estratégico do Internal Audit Capability Model (IA-CM) no fortalecimento do sistema de controle interno do país. O modelo, amplamente utilizado em diversos países, estabelece parâmetros internacionais de capacidade para auditoria interna no setor público. Ele organiza as instituições em cinco níveis de maturidade — do inicial (nível 1) até o otimizado (nível 5) — considerando aspectos como independência, uso de metodologias, gestão de riscos, normativos e capacidade de entrega de valor ao gestor e à sociedade.
“O IA-CM permitiu padronizar práticas, integrar entes e preparar terreno para que pequenos municípios evoluam em auditoria interna”, ressaltou o coordenador.
Segundo as informações apresentadas, o IA-CM também representa uma transição cultural: sai-se de uma auditoria focada exclusivamente na fiscalização e na responsabilização, para um modelo em que a auditoria pública atua como suporte estratégico — colaborando na tomada de decisões, antecipando riscos e contribuindo para políticas públicas mais eficientes. Essa evolução vem sendo apoiada por parcerias com o Instituto dos Auditores Internos (IIA Brasil), pelo Banco Mundial e por ferramentas tecnológicas disponibilizadas pela CGU que permitem o monitoramento e validação de forma padronizada.
Reconhecimento à governança brasileira
A moderação foi conduzida por Lourdes Consuelo Inares Loza, especialista Líder em Gestão Financeira, que destacou o impacto do trabalho brasileiro. “A auditoria interna vem contribuindo diretamente para a melhoria dos serviços e da vida dos brasileiros. Os resultados já são visíveis, e os próximos passos consolidam ainda mais essa transformação”.
Encontro marca novas etapas na governança pública
O Secretário Federal da CGU, Ronald Balbe, também participou do evento reforçando a importância das redes de cooperação e da institucionalização da cultura de controle interno como elementos de Estado e não de governo.
O encerramento foi conduzido por Joseph Mubiru Kizito, gerente de Práticas para Governança, que parabenizou o Brasil pelos avanços e reforçou o compromisso global na agenda de governança e resiliência.