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Auditoria interna governamental: importância e perspectivas
Entendendo a auditoria interna governamental como um instrumento de governança, cujo objetivo precípuo é adicionar valor e melhorar as operações das organizações, percebe-se a relevância dessa atividade e a necessidade da adoção de ferramentas que contribuam para fortalecer a maturidade e incrementar consistentemente a sua eficácia e efetividade.
De tal contexto, tenha-se presente que eventos diversos na administração pública provocaram um robusto salto evolutivo na atividade de auditoria, com a mudança de um enfoque de mera conferência e identificação de irregularidades e fraudes, para a gestão de riscos, por meio da implementação de controles voltados ao alcance de objetivos, em benefício da sociedade.
Nos últimos anos, a Secretaria da Controladoria-Geral do Estado de Pernambuco (SCGE/PE) vem – continuamente – buscando aperfeiçoar as atividades de auditoria interna, tendo publicado normativo que disciplina a realização de ações dessa natureza, a serem executadas pela Diretoria de Auditoria (DAUD/SCGE), nos órgãos e entidades do Poder Executivo do Estado de Pernambuco.
O Planejamento Estratégico da SCGE/PE, para o período de 2019 a 2023, contemplou, entre as iniciativas estratégicas, a adesão ao Modelo de Capacidade da Auditoria Interna (IA-CM). Esse modelo, desenvolvido pelo Instituto dos Auditores Internos (IIA), é uma ferramenta internacionalmente reconhecida que identifica os fundamentos necessários para uma função de auditoria interna efetiva no setor público, sendo um modelo universal com comparabilidade à volta de princípios, práticas e processos que podem ser aplicados globalmente.
O Modelo IA-CM está estruturado em seis elementos organizacionais, distribuídos em cinco níveis de maturidade, totalizando 41 processos-chave (KPAs – key process areas), constituídos por atividades essenciais que devem ser desempenhadas e sustentadas para o alcance dos objetivos pretendidos. Para cada KPA, são definidos objetivos, atividades essenciais, produtos, resultados e práticas institucionalizadas. O nível de aderência a esse Modelo é avaliado de acordo com a quantidade de KPAs existentes e institucionalizados.
Em 2019, no âmbito da parceria do Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci) com o Banco Mundial, buscando disseminar a aplicação da metodologia IA-CM pelos órgãos de controle interno, optou-se pela realização de autoavaliação por cinco órgãos centrais de sistemas de controle interno que ainda não a tinham realizado nas etapas anteriores. Nesse contexto, a SCGE/PE realizou duas autoavaliações (2019/2020) de maturidade, com base no modelo IA-CM, tendo sido instituído grupo de trabalho para esse objetivo, o qual realizou essas autoavaliações até o nível 3 (Integrado), tendo em vista ser esse o nível em que a atividade apresenta uma aplicação uniforme das práticas profissionais de auditoria interna e de gestão, ou seja, aderência às normas internacionais.
A partir das autoavaliações, foi percebida de forma mais clara a dimensão do desafio proposto, representando verdadeira oportunidade de melhoria continuada e de incorporação de capacidades relevantes na atuação do órgão, o que exige não apenas o investimento em ferramentas ou regulamentações, mas, sobretudo, em mudança de cultura organizacional.
Desse modo, constata-se que o desenvolvimento de capacidades da atividade de auditoria interna deve ser contínuo e sustentado, com incorporação gradual e coordenada das atividades essenciais previstas no Modelo IA-CM, de forma que, cada vez mais, a atuação da SCGE/PE possa ser reconhecida, pelos gestores públicos e pela sociedade, como relevante e essencial à adequada governança pública.
Por último, tal esforço de certo contribuirá, de forma efetiva, para que a SCGE/PE possa se consolidar, no cenário nacional e internacional, como órgão de referência quanto à condução de trabalhos de auditoria interna de alto valor agregado.
Flávio Pereira – Diretor de Auditoria (DAUD)
Éricka Félix de Lima Lopes – Gestora Governamental de Controle Interno da Secretaria da Controladoria-Geral do Estado (SCGE)
Fonte:
Betânia Castro – Equipe da ASC/SCGE