CGE-MT define metodologia e apura custos dos seus serviços

A Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT) concluiu, em agosto de 2025, o primeiro relatório de mensuração de custos de seus serviços. O estudo, desenvolvido com metodologia própria, identificou e calculou os custos das atividades finalísticas da CGE: auditoria e controle, correição, ouvidoria e transparência.
O levantamento foi conduzido com base na Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (NBC TSP 34 – Custos no Setor Público), em vigor desde janeiro de 2024. O trabalho foi desenvolvido pelo auditor Fábio Marcelo Matos de Lima e estruturado em três etapas: apropriação dos custos diretamente vinculados ao objeto de custo, rastreamento para identificar direcionadores que permitam a alocação automática de custos indiretos por meio de bases de rateio consistentes, como a manutenção do órgão e a depreciação de equipamentos.
Com essa metodologia, 74% dos custos foram apropriados diretamente e 26% alocados por direcionadores ou rateio. O resultado do trabalho indica que 75% dos custos da CGE são com a atividade de auditoria e controle; 19% com corregedoria e integridade e 6% com ouvidoria e transparência.
O estudo também detalha a distribuição dos recursos por unidade administrativa de cada área-fim e por produto final, como relatórios previdenciários e de admissão de pessoal, apuração, análise de admissibilidade de processo administrativo disciplinar, manifestações de ouvidoria etc. Entre as atividades, a de Avaliação e Consultoria em Gestão Sistêmica, por exemplo, é a que apresenta maior custo anual, R$ 7,4 milhões, enquanto a de Responsabilização de Pessoa Jurídica apresenta o menor custo, R$ 3,7 milhões/ano.
Para o secretário adjunto Executivo e de Ações Estratégicas da CGE, José Alves Pereira Filho, a análise de custos amplia a eficiência da gestão. “Essa análise de custos permitirá melhor decisão acerca da alocação dos recursos disponíveis na CGE”, afirma.
O secretário controlador-geral do Estado, Paulo Farias, destaca o comparativo entre custos e benefícios financeiros da atuação do controle interno para o Governo de Mato Grosso. Em 2024, os custos da CGE somaram R$ 96 milhões, enquanto a economia proporcionada ao Estado pela atuação do órgão alcançou R$ 338 milhões. “Isso significa que, para cada R$ 1,00 investido no controle, houve um retorno de R$ 3,52”, ressalta.
Além da atividade de controle interno, a atuação da CGE abrange a promoção da integridade, o aperfeiçoamento da conduta de servidores e fornecedores, a transparência e o controle social. “Considerando essa amplitude de responsabilidades, é relevante notar que, em 2024, a despesa total do estado foi de R$ 39,1 bilhões. O custo para exercer todas essas funções sobre o montante total de gastos representou menos de 0,25%”, ressalta o chefe da CGE.
O levantamento também demonstrou que 73,94% das despesas da instituição em 2024 foram destinadas às áreas de atuação final, o que evidencia foco na entrega de resultados ao cidadão.
A metodologia foi oficializada pela Portaria nº 087/2025/CGE-MT, que criou a Política de Mensuração de Custos da Controladoria. Além de orientar a gestão interna da CGE, o modelo também tem o potencial de ser adotado por outros órgãos do Governo de Mato Grosso, atuando como uma ferramenta para melhorar a governança, aumentar a transparência e promover a eficiência no setor público.
Fonte:
CGE-MT